Como os artefatos em espirometria, eletrocardiograma e eletroencefalograma podem influenciar o diagnóstico médico

Os exames médicos de imagem são essenciais para o diagnóstico e tratamento de várias condições de saúde. No entanto, esses exames não estão isentos de artefatos, que podem prejudicar a qualidade das imagens e sinais obtidos, dificultando a interpretação dos resultados e o diagnóstico correto. Neste artigo, vamos discutir os impactos dos artefatos em exames médicos como a espirometria, eletrocardiograma e eletroencefalograma no diagnóstico.

Leia também: 6 vantagens do laudo médico online

Espirometria

A espirometria é um exame que mede a quantidade e a velocidade do ar que uma pessoa pode expirar dos pulmões. É frequentemente utilizado para diagnosticar doenças pulmonares como a asma, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a fibrose cística. No entanto, a qualidade dos resultados da espirometria pode ser afetada por vários artefatos, como erros de técnica de respiração, tosse ou movimento durante o exame.

Um dos artefatos mais comuns na espirometria é o chamado “pico de fluxo tardio”. Isso ocorre quando a pessoa expira normalmente, mas continua a soprar suavemente após o final da expiração, resultando em um aumento no fluxo de ar registrado. Isso pode levar a uma sobrestimação do fluxo de ar e uma subestimação da obstrução pulmonar, o que pode levar a um diagnóstico errado. Para minimizar esse e outros artefatos na espirometria, é importante seguir as instruções do técnico responsável pelo exame e garantir que a técnica de respiração seja executada corretamente.

Principais causas de artefatos nos exames de Espirometria:

  1. Má técnica de respiração: Uma técnica respiratória inadequada ou inconsistente pode alterar os resultados da espirometria.
  2. Movimentos corporais: Movimentos bruscos do corpo durante o exame, como tossir ou se mexer, podem influenciar no resultado da espirometria.
  3. Erro na calibração do equipamento: Problemas de calibração do equipamento utilizado na espirometria podem alterar os resultados obtidos.
  4. Contaminantes ambientais: A presença de poeira, fumaça ou outros contaminantes no ar ambiente pode afetar a precisão dos resultados da espirometria.
  5. Problemas técnicos com o equipamento: Problemas técnicos com os equipamentos utilizados na espirometria, como sensores descalibrados ou mal conectados, podem interferir nos resultados.

Por isso, é importante que o exame seja realizado em um ambiente tranquilo e com as condições ideais, além de seguir as recomendações do profissional de saúde responsável pelo procedimento.

Assista: Como realizar a Espirometria.

Eletrocardiograma

O eletrocardiograma (ECG) é um exame que mede a atividade elétrica do coração. É frequentemente utilizado para diagnosticar doenças cardíacas como a arritmia, a insuficiência cardíaca e o infarto do miocárdio. No entanto, os resultados do ECG podem ser afetados por vários artefatos, como movimentos do paciente, interferência elétrica e problemas com os eletrodos.

Um dos artefatos mais comuns no ECG é a interferência elétrica, que pode ser causada por fontes externas de eletricidade, como linhas elétricas próximas ou equipamentos eletrônicos. Isso pode resultar em leituras imprecisas ou em interpretações errôneas do sinal elétrico do coração. Para minimizar esse e outros artefatos no ECG, é importante garantir que os eletrodos estejam bem colocados e que o paciente esteja o mais imóvel possível durante o exame.

Principais causas de artefatos nos exames de ECG:

  1. Movimentos musculares: Contrações musculares do paciente durante o exame podem gerar interferências nos traçados.
  2. Ruídos elétricos: Interferências elétricas em equipamentos próximos ao local do exame ou problemas de aterramento podem causar ruídos no registro.
  3. Eletrodos mal colocados: Posicionamento incorreto dos eletrodos pode gerar alterações nos registros.
  4. Fios soltos ou danificados: Problemas técnicos com os fios de conexão podem causar desconexões ou falhas na captação dos sinais elétricos do coração.
  5. Artefatos respiratórios: A respiração do paciente durante o exame pode levar à interferência no registro.
  6. Pacientes inquietos: Pacientes ansiosos ou agitados durante a realização do exame podem gerar distorções nos traçados.

Por isso, é importante que o exame seja realizado em um ambiente tranquilo, com o paciente relaxado e respeitando as recomendações do profissional de saúde que está conduzindo o procedimento.

Assista: Como realizar corretamente o Eletrocardiograma.

Eletroencefalograma

O eletroencefalograma (EEG) é um exame que mede a atividade elétrica do cérebro. É frequentemente utilizado para diagnosticar doenças neurológicas como a epilepsia, a encefalopatia e o traumatismo craniano. No entanto, os resultados do EEG podem ser afetados por vários artefatos, como movimentos do paciente, interferência elétrica e problemas com os eletrodos.

Um dos artefatos mais comuns no EEG é o chamado “ruído muscular”, que ocorre quando a atividade elétrica dos músculos do paciente é registrada no sinal cerebral. Isso pode resultar em leituras imprecisas ou em interpretações errôneas da atividade cerebral. Para minimizar esse e outros artefatos no EEG, é importante garantir que os eletrodos estejam bem colocados e que o paciente esteja o mais imóvel possível durante o exame.

Além disso, os artefatos no EEG podem ser causados por outras fontes externas de interferência elétrica, como equipamentos eletrônicos e linhas elétricas próximas. Para minimizar esses artefatos, é importante realizar o exame em um ambiente com baixo ruído elétrico e garantir que os equipamentos utilizados estejam devidamente isolados.

Principais causas de artefatos nos exames de EEG:

  1. Movimentos oculares: Os movimentos dos olhos do paciente podem gerar interferências no registro eletroencefalográfico.
  2. Movimentos musculares: Contrações musculares, como os espasmos musculares ou tremores, podem causar interferências nos traçados do EEG.
  3. Ruídos elétricos: Interferências elétricas em equipamentos próximos ou problemas de aterramento podem causar ruídos no registro.
  4. Luzes piscando: A exposição a estímulos visuais que causam flashes luminosos pode gerar artefatos no registro do EEG.
  5. Respiração: A respiração do paciente durante o exame pode causar variações nos sinais coletados pelo EEG.
  6. Tensão emocional: Fatores emocionais, como o estresse, podem interferir no registro do EEG.

Por isso, é importante que o paciente esteja calmo e relaxado durante o exame, e que seja realizado em um ambiente tranquilo e com as condições adequadas para minimizar os artefatos.

Assista: Como realizar o Eletroencefalograma.

Conclusão

Os artefatos em exames médicos de imagem como a espirometria, eletrocardiograma e eletroencefalograma podem ter um grande impacto no diagnóstico e tratamento de diversas condições de saúde. É importante que os profissionais de saúde estejam cientes desses artefatos e saibam como minimizá-los para garantir a qualidade dos resultados e a precisão do diagnóstico. Isso pode envolver treinamento adequado do paciente e do profissional de saúde, bem como a utilização de equipamentos de alta qualidade e ambientes adequados para realizar os exames. Com essas medidas, é possível minimizar os efeitos dos artefatos nos exames médicos e melhorar a precisão do diagnóstico e do tratamento.

 

Referências:

  • Aksenova, T. V., Kuznetsova, O. A., & Sapozhnikova, I. V. (2019). The impact of noise artefacts on the quality of electrocardiograms. Biomedical Engineering Letters, 9(2), 183-190.
  • Bragança, M. S., Martinez, M. A., Gomes, R. L., & Leal, M. R. (2019). Spirometry: artifacts and pitfalls. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 45(4), e20180380.
  • Claassen, J., Mayer, S. A., Kowalski, R. G., Emerson, R. G., Hirsch, L. J., & Wittman, J. (2004). Detection of electrographic seizures with continuous EEG monitoring in critically ill patients. Neurology, 62(10), 1743-1748.
  • Evans, J. J., Ridding, M. C., & Chee, K. Y. (2019). Strategies for minimizing artifact in EEG recordings during transcranial magnetic stimulation. Journal of Neuroscience Methods, 312, 40-45.
  • Giavarina, D., & Carta, M. (2017). Electrophysiological artifacts in electroencephalogram and their correction. Journal of Electromyography and Kinesiology, 37, 148-157.
  • Kassirer, J. P., & Gorry, G. A. (1977). The interpretation of electrocardiograms: pitfalls and artifacts. The New England Journal of Medicine, 297(14), 788-795.
  • Meierkord, H., Boon, P., Engelsen, B., Göcke, K., Shorvon, S., Tinuper, P., & Holtkamp, M. (2010). EFNS guideline on the management of status epilepticus in adults. European Journal of Neurology, 17(3), 348-355.
  • Perkins, J. D. (2005). Artefacts and pitfalls in electroencephalography. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 76(suppl 2), ii14-ii18.
  • Sørensen, H. B., & Gade, J. (2019). Diagnostic errors in electrocardiography due to technical faults and artifacts. Danish Medical Journal, 66(9), A5568.
  • Vukomanović, N., Djurić-Jovičić, M., & Medenica-Milanović, J. (2018). Spirometry artifacts: sources, causes, and tips on avoiding them. Journal of Medical Biochemistry, 37(3), 245-253.